Para Oscar Schmidt, Brasil não está preparado para receber Olimpíadas: "bandidos vão se divertir"

  • Por Jovem Pan
  • 14/05/2015 12h54
Jovem Pan

Oscar Schmidt, recordista mundial de pontuação do basquetebol, revelou em entrevista ao programa ‘Pânico da Rádio’, da Jovem Pan, que o Brasil não está preparado para sediar as Olimpíadas de 2016, assim como não estava preparado para ter recebido a Copa do Mundo em 2014. De acordo com ele, um dos maiores problemas do nosso país é a falta de segurança. 

“A Copa só deu certo aqui porque estávamos com o exército nas ruas. Hoje, os bandidos dão prêmios para quem mata polícia. Se o exército não estiver nas ruas nas Olimpíadas, os bandidos vão se divertir”, comentou ele, afirmando ser a favor der pena de morte no Brasil.

“O bandido precisa ter medo e nosso código penal é ridículo. Temos crimes horrendos e as pessoas são soltas. Sou a favor da pena de morte, sem dúvida, e acho que a polícia precisa de um pouco de carinho, senão eles não fazem o trabalho correto”, disse Schmidt, completando que achou correta a posição da Indonésia em matar os brasileiros que haviam sido presos por tráfico de drogas. “Eles afrontaram a pena do país”, concluiu.

Nascido em Natal, no Rio Grande do Norte, foi aos 13 anos que Schmidt passou a se dedicar ao basquetebol. Na época, com 1,85m e morando em Brasília, ele treinava todos os dias, de 8 a 9 horas, para ser o profissional reconhecido que atualmente é. De acordo com ele, não existe dom, existe treino e muita disposição.

“Quando você estiver morrendo de cansaço, treina mais um pouquinho que isso faz a diferenças nas quadras”, aconselhou ele, que mesmo com extrema capacidade recusou o convite para jogar na NBA.

 “Naquele tempo, se eu aceitasse eu não poderia jogar nunca mais na seleção do nosso país. E não era isso que eu queria. Se eu tivesse aceitado, eu seria o melhor jogador do planeta, já que ninguém treina o número de horas que eu treinava”, brincou.  

Por sinal, com o grande esforço dos treinos, o esportista revelou que muitas vezes entrou nas quadras com dores. Para ele, gente preguiçosa não combina com esporte. “Conviver com dor faz parte do uniforme. Fiz 34 pontos com a mão direita quebrada. A maior dor que eu tive na vida. E temos que conviver com isso, com cansaço, com dores. Que não souber conviver com isso vai ter que fazer outra coisa”, disse. 

Diagnosticado com câncer em 2011, ele, que conseguiu vencer a doença, conta que fez de tudo pra se recuperar e que tem o maior orgulho da vida que tem. “Não vale a pena chorar pelo cantos. Minha vida foi linda, não trocaria por nenhuma outra. Esse tumor pegou o cara errado e eu só tenho medo de uma coisa hoje em dia: de fazer ressonância magnética”. 

 

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